sábado, 24 de setembro de 2011

V de Vingança



“O povo não deve temer o seu Governo. O Governo que deve temer o seu povo”. 


Parece loucura acreditar na velha história de que uma pessoa pode fazer a diferença. Especialmente se tentarmos imaginar que um homem com máscara de Guy Fawkes, uma cartola na cabeça e munido de inúmeras facas possa se tornar um símbolo de esperança. Talvez seja bastante improvável que isso aconteça fora da ficção, mas para aqueles que sempre buscam e lutam por direitos iguais e uma qualidade de vida digna de respeito, V de Vingança serve ao menos como uma poderosa fonte de inspiração.

Resumidamente, V de Vingança denuncia as formas com as quais o abuso de poder é aplicado sobre a sociedade. No contexto do filme, a Inglaterra é o centro do poder mundial e tal abuso é praticado tão explicitamente porque o país está passando por uma ditadura. O povo não tem direito a opinião. Como cães submissos aos seus donos, as pessoas passam a noite diante da TV, sofrendo manipulação da Mídia, enquanto as ruas estão vazias devido ao Toque de Recolher. Esse Governo é contra qualquer forma de anomalia e por trás dos panos se considera na razão de fazer experiências com negros, homossexuais e até mesmo deficientes físicos. A submissão do povo é tão voluntária que passou a fazer parte do cotidiano.

Algum dia alguém teria que se rebelar contra o sistema, apenas não esperavam que isso acontecesse com tamanha classe e eficácia. V, o protagonista, é um anarquista de primeira mão, um anti-herói que não mede esforços para obter justiça através da vingança. Seu objetivo é explodir o Parlamento Inglês e assim acabar com o poder do Estado, despertando o povo para a liberdade.

Diálogos inteligentes, frases impactantes, roteiro bem trabalhado. V de Vingança é um belo filme que explora os aspectos do tema Homem e Sociedade, revelando que há uma intensa conspiração entre os políticos e a Mídia. Infelizmente, o fato de oprimir os inofensivos e silenciar os rebeldes são características reais que quase todos os governos (ou mesmo todos) fazem questão de adotar. Dessa forma, é praticamente obrigatório que os revolucionários continuem seguindo a mesma ideologia de V, protestando e lutando a favor da esperança e liberdade. Podem não entrar para a história, mas com certeza vão mudar uma parte do mundo.



"Por baixo desta máscara não há só carne. Por baixo desta máscara há uma ideia... e ideias são à prova de balas".

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